Insights compartilhado por fundadoras, executivas e investidoras no Dia da Mulher

Descubra como são criados os preconceitos e estereótipos de gênero, como identificar se eles estão inseridos nas nossas ações e ao nosso redor e aprenda a combater esses obstáculos.

Na semana do dia da mulher, o secretário-geral da ONU divulgou que serão necessários 300 anos para alcançarmos a igualdade entre homens e mulheres. A pandemia de Covid-19 e os conflitos como o da Ucrânia e Sahel, na África, são apontados como algumas das causas que contribuem para esse dado alarmante.

Crises políticas, sanitárias, econômicas e de segurança sempre afetaram e continuam afetando o avanço da equidade de gênero e do empoderamento feminino. Por outro lado, também é importante que cada pessoa tenha consciência sobre suas próprias ações e o que acontece ao seu redor.

Um estudo do Pnud que afirma que 90% da população mundial tem preconceito contra mulher. A maioria acredita que elas são líderes inferiores e que o acesso à universidade é mais importante para os homens.

Essa realidade se estende ao mercado de trabalho, aos negócios, à ciência, à tecnologia e muitos outras esferas… afastando as mulheres de determinados espaços e gerando limitações ao potencial feminino!

Por isso, queremos te convidar a refletir suas próprias atitudes para te ajudar a se livrar dos vieses inconscientes e se tornar uma aliada ou aliado no combate aos estereótipos e preconceitos de gênero.

Essa foi uma das lições tiradas do WE Connect, o evento especial de dia da mulher realizado pela WE Impact e WE Ventures. Leia o artigo completo e confira os principais insights desse encontro:

 

O que são vieses inconscientes 

Além do dia da mulher: combatendo esses vieses no dia a dia  

Dicas das investidas WE para enfrentar esses desafios na captação 

Outros insights importantes do nosso evento especial de dia da mulher 

 

O que são vieses inconscientes

Os vieses inconscientes nada mais são do que normas sociais não escritas que determinam o papel esperado que cada grupo de pessoas ocupe na sociedade. Eles surgem de preferências e suposições profundamente arraigadas que influenciam a forma como vemos a realidade. Temos um artigo que explica os diferentes tipos de vieses que você pode acessar aqui.

Durante o evento que promovemos para marcar o dia da mulher, nossa CEO, Lícia Souza, explicou por que esse é um tema importante e quem está sujeito a disseminar esses tipos de normas.

 

Trouxemos esse tema por ser um dos fatores que nos levam à desigualdade. Além disso, os vieses não são restritos a homens. Na verdade, todas as pessoas possuem vieses inconscientes.

Lícia Souza, fundadora e CEO da WE Impact  

Outros pontos importantes sobre vieses inconscientes são:

– Vieses não são limitados a gênero;​
– Saber que os vieses existem não é o suficiente – é preciso se comprometer a agir para combatê-los;​
– É importante dar às pessoas o benefício da dúvida.

 

Além do dia da mulher: combatendo esses vieses no dia a dia

No painel sobre vieses, moderado pela nossa CEO e com a participação da Sócia-diretora de Private Enterprise da KPMG no Brasil, Carolina de Oliveira, e a Presidente da AfroBusiness e CCO da Conta Black, Fernanda Ribeiro, realizamos um bate papo inspirado na dinâmica criada pela Lean In Org para ajudar a entender como eles agem no ambiente de trabalho.

Quer descobrir se esse tipo de padrão está inserido nas suas ações e nos ambientes do qual você faz parte? Se a resposta for positiva, não se preocupe. Elas compartilharam também dicas e experiências pessoais de como vencer nossos próprios vieses e aqueles disseminados aos nosso redor.

Imagine os cenários indicados, pense na sua atitude, entenda por que combater esse discurso é importante e confira formas de fazer isso: 

Oportunidades e promoções

Pense nesse cenário: um(a) colega de trabalho diz que está feliz em ver tantas mulheres na liderança da empresa. Na empresa, 2 entre 15 líderes são mulheres.

Essa afirmação se torna um desafio para a verdadeira equidade ao gerar a falsa ideia de que mulheres são bem representadas na liderança. Com isso, é menos provável que façam algo para resolver a desigualdade, já que ela simplesmente não é enxergada.

Uma forma de lidar com esse tipo de situação é analisando os números e compartilhando a realidade: se existem 15 cargos de liderança e apenas 2 são ocupados por mulheres, a empresa não alcançou e nem está no caminho para a equidade.

 

Essa aceitação de que o mínimo é suficiente para se ter uma representatividade não é suficiente para avançarmos na agenda. E falo isso não somente para igualdade de gênero, mas também na busca pela igualdade e representatividade de pessoas LGBTQIA+, pessoas pretas, pessoas com deficiência.  

Carolina de Oliveira, Sócia-diretora de Private Enterprise da KPMG no Brasil 

 

Carolina explica que muitas empresas já realizam ações iniciais voltadas para essas pautas, mas que pecam na constância e eficiência.

Ela cita uma pesquisa realizada pela KPMG em que 80% das lideranças entrevistadas dizem acreditar que a equidade de gênero é importante para o crescimento da empresa, mas apenas 40% possuem indicadores e acompanham essa meta. “Ou seja, isso é muito comum no discurso, mas não prática faltam muita governança, controle e ações”, reforça a executiva.

Interações do dia a dia

Agora pense em outra situação: alguém sugere um grande projeto seja atribuído a uma mulher no time e um(a) colega diz: “Eu não acho que seja um bom momento, visto que ela acabou de ter bebê”.

Mesmo com uma possível boa intenção, o viés disseminado se torna um desafio para a equidade ao negar oportunidades que podem contribuir para o crescimento profissional dessa mulher.​

Uma atitude que pode fazer toda a diferença nesse caso é lembrar o(a) colega de que um projeto como aquele pode mudar a carreira de quem o receber, então é importante deixar que a profissional decida por si mesma se quer ou não assumi-lo. 

Durante nosso bate papo especial de dia da mulher, Fernanda Ribeiro compartilha mais uma dica que pode te ajudar a lidar com casos como esse:

 

Contra dados não há argumentos. Eu sempre tenho dados na manga, quando citamos a pesquisa x, y ou z, fica mais difícil a pessoa argumentar. Eu gosto também de utilizar atividades lúdicas para exemplificar as coisas.  Não é preciso vencer uma briga no grito – use dados e leve a situação para a realidade de uma forma lúdica.  

Fernanda Ribeiro, Presidente da AfroBusiness e CCO da Conta Black 

Mentorias

Agora, pense se você já protagonizou alguma situação do tipo: decidir mentorar alguém porque a pessoa te lembra você mesmo.

Esse cenário não é o ideal pois colaboradores que são mentorados têm mais chance de se desenvolverem profissionalmente. Ao utilizar a semelhança como critério para decidir em quem investir capital intelectual, você diminui a igualdade de oportunidades dentro do ambiente de trabalho. 

Na próxima vez em que algo do tipo acontecer, lembre-se dessa informação e deixe que isso guie suas escolhas. Podemos citar dois cenários diferentes:

– Se você é um homem branco, tem mais chance de ser líder um dia, e pode tornar o ambiente de trabalho mais justo escolhendo bem quem irá mentorar: considere proativamente entrar em contato com alguém diferente de você. ​

​- Já se você é mulher ou uma pessoa preta, mentorar alguém parecido com você ajuda a impulsionar a diversidade e a inclusão. 

 

Dicas das investidas WE para enfrentar desafios na captação

Um ecossistema em que esses vieses e estereótipos de gênero são muito comuns é no de investimentos. A CIO do WE Ventures, Marcella Ceva, relata que apenas 2% do capital de Venture Capital no mundo é dedicado a empreendedoras.

Durante nosso evento de dia das mulheres, Marcella compartilha como podemos transformar essa realidade:

 

Nós, investidoras e investidores, só conseguiremos quebrar esses vieses ao aceitar a realidade de que somos homens e mulheres privilegiados e entender que a inclusão deve estar na concepção, no início de tudo. Não adianta ser uma inclusão posterior e mal pensada.  

 Marcella Ceva, Chief Investment Officer do WE Ventures 

 

Enquanto ainda não atingimos essa realidade, algumas das investidas WE compartilham dicas de como driblar esses desafios e atingir o sucesso durante uma captação:

Gabriela Lea, cofundadora e COO da Unbox: “se preparem! Tenha modelos de negócios prontos com cenários diferentes, tenha um bom pitch, tenha uma planilha de contatos com fundos que você já conhece e gostaria de conhecer. Quem está preparada nunca perde o jogo.

– Gabrielle Jaquier, cofundadora e CEO da Venuxx: “esteja ciente da cultura e valores dentro da sua empresa dos quais não vai abrir mão e desde o início, escolha se relacionar com investidoras e investidores alinhados com o DNA do seu negócio.

– Flávia Coelho, cofundadora e CMO da Mobees: “estude! Existem livros, outras mulheres, muitos conteúdos disponíveis para te ajudar. O conhecimento te dá mais segurança. Quando você chega insegura e despreparada para realizar um pitch, isso pode transparecer para as outras pessoas e prejudicar seu processo.”

 

Outros insights importantes do nosso evento especial de dia da mulher

O que são vieses inconscientes e como combatê-los foi apenas um dos temas abordados no WE Connect. O evento contou também com o lançamento oficial do Selo Igualdade de Gênero, criado pela WE Impact em parceria com a match it.

Na ocasião, a fundadora da startup, Rose Ramos, contou um pouco mais sobre seu negócio e a motivação por trás da criação do Selo.

A ação foi promovida com o objetivo de reconhecer empresas de tecnologia com boas práticas de inclusão feminina e incentivar grandes corporações a contratarem Tech Sellers que promovam a equidade de gênero.

 

Acesse o link para saber mais sobre a iniciativa e conferir outros momentos e insights do nosso evento especial de dia da mulher.

WE Impact

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