5 mulheres empreendedoras dão dicas sobre diversidade e inclusão nas startups

Aprenda com as empreendedoras que participam do evento “1 ano da cartilha WEPs”, como vencer os desafios e avançar na implementação dos princípios de empoderamentos femininos na sua startup.

Mulheres na liderança têm maior nível de engajamento e promovem mais ações de diversidade, equidade e inclusão nas empresas. Os dados, do relatório Women in the Workplace 2021, reforçam que contar com mais mulheres empreendedoras e em cargos de tomada de decisão pode ser a chave para construir um ecossistema de tecnologia e inovação mais igualitário.

O estudo, realizado pela McKinsey & Co em parceria com a LeanIn.Org., relata que elas vêm fazendo mais do que os homens em posições semelhantes quando o assunto é ajudar seus times a enfrentar os desafios da vida profissional, garantir cargas de trabalho toleráveis e promover ações para o bem-estar geral.

As líderes seniores também têm maior probabilidade de assumir trabalhos formais e informais em prol desses dois valores. Além disso, são mais propensas a assumir o papel de mentoras para profissionais negras, defender novas oportunidades para elas e enfrentar ativamente a discriminação sofrida por grupos minoritários.

Pensando em startups que ainda estão iniciando ou enfrentando desafios nessa jornada, convidamos 5 mulheres empreendedoras, sendo 4 delas integrantes do portfólio da WE Impact, para o evento 1 ano da cartilha WEPs.

Durante o encontro, elas compartilharam suas experiências e dicas valiosas de como incluir a diversidade, a inclusão e a interseccionalidade no DNA de seus negócios.

Nós reunimos os seus principais insights neste artigo:

Sobre os WEPs

A importância do engajamento da liderança

Processos seletivos inclusivos

Garantindo o bem estar e a segurança do time

A educação no processo de empoderamento

Como mulheres empreendedoras podem avançar nessa missão

 

Sobre os WEPs

Os Princípios de Empoderamento das Mulheres (também chamados de WEPs, da sigla em inglês para Women’s Empowerment Principles) foram lançados em 2010 pela ONU Mulheres e pelo Pacto Global da ONU.

A iniciativa estabeleceu 7 princípios que guiam as ações de empoderamento feminino dentro das empresas. Saiba o que diz cada um deles:

– Princípio 1: Estabelecer liderança corporativa de alto nível pela igualdade de gênero

– Princípio 2: Tratar todas as mulheres e homens de maneira justa no trabalho – respeitar e apoiar os direitos humanos e a não discriminação

– Princípio 3: Garantir a saúde, a segurança e o bem-estar de todos os trabalhadores e trabalhadoras

– Princípio 4: Promover a educação, o treinamento e o desenvolvimento profissional das mulheres

– Princípio 5: Apoiar mulheres empreendedoras e promover políticas de empoderamento feminino por meio das cadeias de suprimentos e do marketing

– Princípio 6: Promover a igualdade de gênero por meio de iniciativas voltadas à comunidade e ao ativismo social

– Princípio 7: Medir, documentar e publicar os progressos para alcançar a igualdade de gênero

Para avançar nesse tema e promover esses valores na cultura de suas startups, recomendamos que você faça o download do nosso conteúdo baseado nos WEPs, pioneiro em todo o mundo.

A cartilha Princípios de Empoderamento das Mulheres para Startups, produzida pela WE Impact em parceria com a ONU Mulheres e Gema Consultoria, apresenta orientações e ações práticas que as empresas do ecossistema de tecnologia e inovação podem adotar para promover esses valores em todas as suas fases de desenvolvimento.

 

 

A importância do engajamento da liderança

A Gerente Sênior Direitos Humanos e Gênero do Pacto Global no Brasil, Tayná Leite, que participou do nosso evento como moderadora, destacou como a liderança corporativa de alto nível pela igualdade de gênero (Princípio 1) é importante.

 

Esse é um ponto que levamos em consideração na busca dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. O engajamento da liderança é o primeiro passo para retirar essa agenda de um lugar em que não há recursos e atenção e coloca-lá na mesa de quem está desenvolvendo a estratégia do negócio.

Tayná Leite, Gerente Sênior Direitos Humanos e Gênero no Pacto Global

 

Sobre o mesmo princípio, quem também opinou foi Manoela Mitchell, cofundadora e CEO da Pipo Saúde, startup conhecida pela forte cultura da diversidade. A empresa tem um time de 250 pessoas, em que 68% se identificam como mulher, 30% como pretas ou pardas, 24% são LGBTQIA+ e 3% transgêneros.

Ela deixa alguns conselhos valiosos para mulheres empreendedoras e líderes de todos os gêneros que querem seguir o mesmo caminho.

– Não analisar somente a média: ela acredita que a diversidade deve ser observada em camadas, já que levar em consideração apenas a média pode levar a conclusões precipitadas. “Muitas vezes, vamos olhar uma média e pensar: ‘até que, da perspectiva de gênero, temos um nível de equidade’, mas é importante e olhar esse recorte de diversidade sobre diferentes camadas, como intersecionalidade e liderança”, afirma.

– Promover a representatividade na liderança: isso é extremamente importante, porque as decisões da alta liderança vão influenciar todas as outras áreas da startup.

– Praticar a intencionalidade: “eu acredito muito no poder da intencionalidade e, para mim, as vagas afirmativas são o maior expoente disso”, afirma Manoela.

Além disso, é preciso insistir! Em geral, mulheres são mais influenciadas pela síndrome da impostora e pela autocobrança. Segundo um estudo publicado pelo LinkedIn em 2018, elas sentem que precisam cumprir 100% dos requisitos solicitados para se candidatarem a uma vaga. Em contrapartida, a maior parte dos homens tentam com apenas 60%.

“Abrimos duas vagas afirmativas para liderança, ambas foram preenchidas e trouxeram ótimos talentos para a Pipo. Mas foi preciso insistir, porque demoraram o dobro do tempo de vagas não afirmativas para serem preenchidas”, explica Manoela, ressaltando que é preciso querer de verdade – e mostrando como vale a pena no final.

 

Processos seletivos inclusivos

Indo mais a fundo sobre a atração de talentos, Gabriela Lea, cofundadora e COO da Unbox, startup #investidaWEImpact, compartilhou uma das ações que a retailtech utilizou para promover a equidade de gênero no time.

Ela explicou como um simples posicionamento na comunicação das vagas trouxe mais diversidade para seus processos seletivos, mesmo naquelas que não eram afirmativas: “desde o momento de preenchimento do formulário e descrição das vagas, incluímos um trecho sobre a diversidade, de uma forma muito leve e genuína”

Além disso, a COO ressalta a importância de promover conversas para garantir o tratamento de mulheres e homens de maneira justa no trabalho, respeitando e apoiando os direitos humanos e a não discriminação (Princípio 2).

 

O que a gente sempre incentivou no processo de construção de uma equipe diversa, não só em gênero, mas também em outros grupos menorizados, foi trazer pessoas para conversar. Não apenas em datas comemorativas, mas às vezes aproveitamos algumas delas para falar sobre tópicos importantes. Essa atitude é crucial para entender e respeitar as necessidades de cada grupo.

Gabriela Lea, Cofundadora e COO da Unbox

 

Garantindo o bem estar e a segurança do time

Pensando na garantia de saúde, segurança e bem-estar de todos os trabalhadores e trabalhadoras (Princípio 3), não podemos deixar de levar em consideração as necessidades específicas relacionadas a gênero e de outros grupos minorizados.

Uma pesquisa do LinkedIn relatou que 74% das mulheres estavam muito ou razoavelmente estressadas por motivos ligados ao trabalho, número 13% maior quando comparado à mesma resposta dos homens.

Além da dupla jornada de trabalho, prazos apertados, excesso de tarefas e funções, baixa remuneração e ambiente opressivo foram alguns dos motivos apontados.

Indo na contramão dessa realidade, Cristiane Miura, cofundadora e CEO da Pontue, que também faz parte do nosso portfólio, compartilhou dicas valiosas para que mulheres empreendedoras e empreendedores possam contribuir com o bem estar e segurança da sua equipe.

Pratique a escuta ativa! “Cada um de nós temos, dentro de nossas rotinas, peculiaridades que influenciam a produtividade e a nossa relação com o ambiente profissional. Por isso, criamos momentos em que podemos escutar e entender qual é a necessidade de cada pessoa, como e até onde a empresa pode se movimentar para facilitar a vida delas”, relata.

 

“Um exemplo é: na semana de prova da escola, no nosso time, são as mães que se dedicam a estudar com suas filhas e filhos, e isso impacta diretamente na rotina dessas mulheres. Seria ótimo não estar discutindo sobre isso, porque significaria que pais e mães estariam fazendo sua parte, mas a realidade ainda não é essa.”

Cristiane Miura, Cofundadora e CEO da Pontue

 

A educação no processo de empoderamento

Gabrielle Jaquier, Cofundadora e COO da Venuxx, uma de nossas investidas, também participou do evento. A logtech atua com uma rede de especialistas em logística personalizada 100% feminina, promovendo com seu modelo de negócios o empoderamento de muitas mulheres por meio da geração de renda e capacitação.

A empreendedora conta como a startup aplica o Princípio 4, que trata sobre promover a educação, o treinamento e o desenvolvimento profissional das mulheres. Na Venuxx, ele é promovido, principalmente, por meio de sua universidade corporativa.

A UniVenuxx oferece treinamentos e capacitações voltadas para a padronização e manutenção de qualidade dos serviços prestados pela startup, contribuindo para o desenvolvimento profissional dessas mulheres e seus familiares.

 

“Nós acreditamos muito na frase de Nelson Mandela que diz que a educação é arma mais poderosa para mudar o mundo. E, quando pensamos nas mulheres, temos que levar em consideração que, por muito tempo, a educação foi restrita a homens da elite; e que até hoje essa carga histórica impacta os espaços e oportunidades dentro das empresas.”

Gabrielle Jaquier, Cofundadora e COO da Venuxx

 

Como mulheres empreendedoras podem avançar nessa missão

Na gravação do evento 1 ano da cartilha WEPs para startups, realizado em julho de 2022, as convidadas comentam também sobre os Princípios 5, 6 e 7.

Além disso, você tem acesso gratuito a outros insights e dicas do time criador da cartilha, cases de sucesso e experiências reais de outras mulheres empreendedoras de startups que já estão implementando os Princípios.

Assista a esse super bate papo sobre empoderamento feminino, gênero, diversidade, inclusão e interseccionalidade clicando no link.

WE Impact

Linkedin